segunda-feira, junho 30

Era uma vez a OTELO



Tudo começou em 1987... E, de certa forma, até este blog. Porque ele é resultado de um amadurecimento de vida, de idéias, de costumes... E é resultado do meu desenvolvimento.

OTELO - a Oficina de Teatro Experimental de Lorena foi um trabalho que, embora feito no campo intuitivo e sem conhecimento de quase nada, foi importantíssimo para a minha formação profissional.

Com os trabalhos da OTELO eu aprendi a lidar com gente no palco, comecei a aprender o que é estética em teatro e as funções de cada elemento de cena: o ator, o diretor, a música, o texto, o cenário... É! Foi uma vida descoberta por mãos inexperientes e um trabalho vivido com muita energia e muita vontade de fazer.

Aqui eu deixo meu MUITO OBRIGADO! a todos que estiveram comigo naquele tempo: Elaine, Lourdes, Liu, Enedina, Márcias (as duas), Raquel, Sandras (as duas), Marcos, Yanna, Paulo Bertiotti, Ana Lúcia, Ivone, Maria Teresa, Juliano, Neto, Orlando, Minha Mãe, Suely, Sandra, Amanda, Sonia, Shirley, Meu Pai, Edith Palma, Sandra Veríssimo, Jayro. E obrigado a Deus pela energia da criação, a inspiração dos textos que escrevi - Amor e Morte, Uma Razão Para Ser Feliz, Cris Tal Luiza, Passarelas, Assim É O Interior, 24 Horas Na Vida De Um Defunto, A Gosto Dos Anos 60 - e pela inspiração do meu mais elaborado texto de teatro: Bendito É O Fruto!

Num domingo comum

Café da manhã gostoso, Praça da República, Passeio pela feira de artesanato, Reunião em volta da mesa de um bar no Arouche, Almoço no Chopp Escuro, dvd em casa, cuidar de um amigo que está carente da nossa presença, carinho e atenção, levar a Néia na rodoviária, voltar pra casa... coisas ótimas de um domingo pacífico e bom... muito bom... ótimo. Ainda tenho muito o que conquistar, mas uma boa parte eu já consegui me dar... pacientemente... acreditando, transpondo barreiras, vivendo a vida que eu escolhi e não a que se impôs primeiramente, para ser escrita por mãos que não eram as minhas. Como é bom estar aqui!

sábado, junho 28

Imitação - de Sergio Santa Terra

Se eu fizesse de conta que o mar existe, talvez eu mergulhasse e fosse até as profundezas... Mas ele existe e eu sei disso! E porque ele é tão maior que aquele que eu vi quando só imaginei, eu me encabulo, me acovardo, me intimido e fico olhando para ele... Preso ao medo de transcender ou à limitada necessidade de não forçar a quarta parede entre a matéria e o espírito. Engraçado... E eu acho que olhar o mar é uma virtude. O que pensaria se fosse eu o Mar e me visse, olhando para ele, sem coragem de transcender meus limites? Se eu fizesse de conta que a vida existe... Se eu fizesse de conta que o ato de atuar existe... Se eu fizesse de conta que o amor existe... O que diriam a Vida, o Ato e o Amor, de mim, se eles me vissem flertando com eles sem transcender a quarta parede do existir? E sem perceber que... Ah,agora tenho a intuição de que eu já percebi tudo! São as palavras que vão me levar aos lugares de que preciso! É com elas que eu devo abrir todos os caminhos de que preciso. Do Mar, da Vida, do Ato e do Amor.

"PASSEIO SOCRÁTICO"de Frei Beto:

(...)Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígine cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia? Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela. (...)Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela, mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc. (...)Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

Blog de centauro não é eterno

Bem básico. Comecei um blog, um dia, e ele caminha em construção... Sou ator e roteirista. E esse blog foi criado no tempo em que existia o meu perfil no Orkut. Basta clicar sobre a figura do Jerry, vou te levar para o You Tube e para o universo de Monteiro Lobato. O nome OTELO vem de uma sigla que foi sob medida para a criação de uma companhia teatral, ainda em Lorena, minha cidade natal (Natal?) Vamos em frente, porque quem nos espera é sempre o futuro.